A Itália tem muitos tipos de clima - quase tantos quantos aqueles em que a vitis vinifera pode vicejar. Os montes Apeninos, que a separam da França, descem até o sul, formando quase uma espinha dorsal para a península, que tem a forma de uma bota feminina de salto alto - a chutar uma bola, a ilha da Sicília.
Assim o fator altitude também é determinante de seus inúmeros terroirs, climas e microclimas. Além, é claro, dos 10 graus de latitude de norte a sul, que marcam pelo menos três grandes faixas climáticas. São elas: a zona fria, de influência germânica e alpina, formada pelo Trentino-Alto Ádige, no norte, e pelo Valle d'Aosta, no extremo noroeste; a zona temperada, de invernos frios e secos e verões quentes e chuvosos, que inclui Piemonte, Ligúria, Lornbardia, Vêneto, Friuli, Emilia-Romagna, Toscana, Úmbria, Marche, Abruzzo, Molise, Lazio e Campania; e, finalmente, o sul cálido, de verões abrasadores e prolongados, da Calábria, Basilicata, Puglia, e das grandes ilhas Sardenha e Sicília.
Em todas essas 20 regiões há vinho, abundantemente, e de todos os patamares qualitativos. Mas o Piemonte, o Vêneto e a Toscana se destacam pela qualidade de seus tintos - e o Friuli pelos bons brancos.
Viajar pela cultura do vinho da Itália é conhecer um dos países onde a bebida se transformou em parte do cotidiano de cada cidadão. A prosperidade do Noroeste e do Nordeste do país fez com que estas regiões dessem para o país consecutivas gerações de vinicultores, Eles criaram uma indústria competitiva, que explora todo o potencial da região. Além dos rótulos famosos de Barolo e Barbaresco, ela oferece o bom desempenho da uva Nebbiolo, os brancos da Ligúria e do Valle d'Aosta, os espumantes da Lombardia, o Amarone do Vêneto.
Já a Toscana oferece uma paisagem de tirar o fôlego e uma intimidade com o vinho que vem desde os tempos dos etruscos. Não por acaso estão lá alguns dos rótulos que fazem o prestígio da Itália ao redor do mundo, como o Chianti Classico, o Montepulciano e o Trebbiano, além dos supertoscanos como Castello di Ama, o Castello di Bossi ou o San Fabiano. Mas há muitas outras regiões a se descobrir: da enologia gourmet da Emilia-Romagna aos vinhos cada vez mais surpreendentes feitos no Sul.