O conjunto de normas que rege a vitivinicultura italiana e que, afinal, se propõe a oferecer algum apoio ao consumidor de vinhos surgiu na Itália em 1963, com clara inspiração da legislação Franc esa das Appelations d'Oriqine Controlées. Os vinhos italianos foram relacionados em três classificações básicas: Vino da Tavola (vinho de mesa, sem especificação ou limitação); e cerca de 250 vinhos como Denominazione di Origine Controlatta e de Denominazione di Origine Controlatta e Garantita.
Os critérios adotados já abarcavam as tão zeladas tradições locais, a demarcação de territórios de produção, as variedades de uvas que podiam ser utilizadas, a maneira como podiam ser cultivadas e o rendimento máximo a ser explorado por hectare de vinhedo, além de determinar métodos de elaboração e as características finais que cada vinho deveria ter.
Trinta anos mais tarde, sob os auspícios do ex-prirneiro ministro Giovanni Coria (1943-1994), uma nova categoria foi introduzida, a dos vinhos de Indicazione Geografica Tipica. (IGT), intermediária entre os vinhos de mesa e os de denominação de origem. Desde 1992, os Vini da. Tavola (VdT) não precisam nem especificar as uvas utilizadas, nem a zona geográfica de onde elas provêm. Como você bem pode imaginar, esse é o grupo dos vinhos de produção massiva, mais simples e baratos.
O sistema de certificação de origem os vinhos italianos foi definido a nível nacional. Abrange as famosas siglas IGT (indicação geográfica típica), DOC (denominação de origem controtada) e DOCG (denominação de origem controlada e garantida), que indicam os vínculos do vinho com as características relacionadas ao âmbito geográfico de procedência das uvas e do lugar onde se produziu o vinho.
As denominações de origem também especificam produtividade por hectare, as cepas permitidas, a maneira como a videira pode ser conduzida (não se esqueça de que a videira é uma planta trepadeira) e alguns métodos de elaboração, como estágio em madeira e eventuais correções, caso de chaptalização (adição de açúcar ao mosto para elevar o grau alcoólico) ou acidificação, etc.
Algumas dessas limitações fizeram com que alguns dos melhores vinhos italianos fossem obrigados a usar o título de vinho de mesa, a categoria menos importante existente no país.
A evolução da qualidade e de aceitação da ideia de também haver certa classe de vinho italiano fino, sofisticado começou no Piemonte e na Toscana, as duas principais regiões do país. Mas não tardou a espalhar-se por toda a península, a partir do norte em direção ao sul. Nomes como o piemontês Angelo Gaja e os toscanos Piero Antinori e Mario Incisa della Rochetta, entre tantos, são os novos heróis da Renascença do vinho italiano.
Desde 2010, após a reforma da Organização Comum do Mercado Vinícolo, a classificação de vinhos IGT foi incluída na categoria comunitária IGP, enquanto que os DOC e DOCG foram inseridos na marca europeia DOP. Todavia, nos rótulos, o sinal ou selo europeu e nacionale podem coexistir.