A certificação do vinho é garantia de qualidade?

A certificação de origem é garantia de qualidade?
A classificação de um vinho em IGT, DOC ou DOCG pode ser um parâmetro de indicação da qualidade do vinho, no entanto não se trata de uma regra absoluta.
Um vinho que tenha a classificação DOC não é necessariamente de qualidade superior ou inferior a um vinho classificado respectivamente como IGT e DOCG.
Assim, um vinho DOCG não é necessariamente um dos melhores vinhos da Itália.
Como já foi abordado, as classificações dos vinhos italianos em IGT, DOC e DOCG indicam denominações geográficas, como e estão relacionadas ao território e suas uvas típicas, o que não significa que isso represente a boa ou má qualidade de um vinho. Pode indicar apenas as características dele.
Considerando que o descumprimento de até um detalhe mínimo da disciplina de produção, impede a comercialização sob as marcas DOC e DOCG, é evidente que, como os padrões mínimos têm que ser respeitados, isso consequentemente se traduz num aumento da qualidade média; mas uma vez que estes requisitos são alcançados, fica a critério do produtor elevar ainda mais o nível qualitativo ou se contentar com o resultado mínimo. Por isso é possível encontrar dentro de uma mesma denominação vinhos absolutamente extraordinários e vinhos apenas medianos.
A questão não acaba por aqui, porque cada denominação prevê requisitos diferentes, portanto (pegando alguns exemplos da mesma região) um Brunello di Montalcino nunca poderá ser comparado a um Morellino di Scansano: são ambos DOCG da Toscana, mas a legislação prevê regras completamente diferentes para a produção de cada um. Multiplique estas variáveis pelo número de denominações e verá que está no meio de um belo quebra-cabeça.
Para se orientar nesta densa teia é preciso primeiramente entender o seguinte: a finalidade de uma denominação não é garantir a qualidade de um vinho, e sim sua tipicidade.
A partir daí, temos que ressaltar também que, se por um lado isso perpetua justamente a tradição e o legado de um vinho com o seu território, por outro, fixa também limites, mesmo em alto nível, onde é proibido experimentar outras uvas, utilizar técnicas mais ousadas ou acompanhar as tendências internacionais.
A finalidade de uma denominação não é garantir a qualidade de um vinho, e sim sua tipicidade, por isso muitos produtores preferem abrir mão das denominações de origem controladas e classificar seus vinhos como IGT (Indicazione Geográfica Tipica), denominação mais abrangente e supostamente de qualidade inferior, mas onde, de fato, é possível encontrar vários vinhos bem superiores a muitos DOCG (como por exemplo, os supertoscanos como o Giramonte e Luce que no Brasil superam o valor de Euro 400,00.
Desta forma, independente da qualidade, se a intenção é provar um vinho bem característico de uma região italiana, escolha um DOCG ou um DOC, mas se prefere um vinho menos ligado à tradição, porém sem perder as principais características da região, um IGT pode ser o seu vinho.

Clic para ver as características de cada certificação