DOC da Emilia-Romagna - TREBBIANO ROMAGNA DOC

Vinho Trebbiano Romagna DOC/DOP
O "Trebbiani" é uma família de videiras muito antiga que escolheram algumas áreas de eleição que lhes deram a segunda parte do nome: Trebbiano romagnolo, Toscano, Modenese, Abruzzese, para citar alguns. No século XIV, o Trebbiano era considerado um dos vinhos de "luxo" da Idade Média, enquanto nos tempos mais recentes aparece uma imagem mais diferenciada, como um vinho de caráter simples.
A família dos Trebbiano tem suas origens na parte oriental da bacia do Mediterrâneo. A presença na região da videira que hoje é conhecida como Trebbiano Romagnolo é documentada desde o século XIV pelo bolonhês Pier de de Crescenzi: "há uma outra espécie de uva, chamada Tribiana, que é branca com bagas redondas, pequenas e abundantes , que em idade jovem não dá frutos, mas crescendo torna-se produtiva".
Ele é citado por Soderini no século XVI (Giovanni Vittorio Soderini – autor do livro Trattato della coltivazione delle viti, e del frutto che se ne può cavare ) e, no final do século XIX e início do século XX, vários autores tentam colocar em ordem as diversas tipologias e sinônimos. Na Romagna cultivava principalmente o Trebbiano della fiamma, assim chamado porque os cachos expostos ao sol adquiriam uma cor amarelo-avermelhada. Em Molon (1906), lemos que a videira era cultivada principalmente nas províncias de Forlì e Ravenna, menos na área de Cesena, onde prevalecia a Albana, reportando-se ao que foi dito por Pasqualini e Pasqui quanto à preferência de Trebbiano nas planícies, apesar da alta umidade. Sua difusão é devida à capacidade de se adaptar aos mais diferentes tipos de terreno e condições climáticas, à constante produtividade e características do vinho: agradável, correto e de comércio fácil.

Com o Decreto Presidencial 31/08/1973, foi instituído o DOC "Trebbiano di Romagna", que inclui uma área de cultivo que se estende da colina em direção às áreas das planícies onde a terra é mais argilosa ou arenosa. Resulta em vinhos suaves, frisantes e espumantes. A presença na Romagna de vinhas tipicamente com amadurecimento médio tardio ou tardio (Trebbiano, Pagadebiti) permitia que com chegada do frio do inverno fosse bloqueada a fermentação, deixando nos vinhos resíduos de açúcar mais ou menos importantes. Daí o uso de beber vinhos doces ou suaves no período outono-invernal e vinhos frisantes espumantes no verão sucessivo a colheita. Na verdade, os vinhos com açúcar residual, uma vez engarrafados, voltaram a fermentar com a chegada do calor, resultando em um frisante natural. Havia, portanto, uma tradição, se quiser involuntariamente vinhos frisantes ou espumantes, que com o aumento do conhecimento do vinho foi aperfeiçoado: o uso de temperatura baixa na adega permite preservar aromas e sabores e o uso de leveduras selecionadas permite otimizar a fermentação.
Trebbiano é a variedade de uva branca mais cultivada na Emilia Romagna, particularmente na província de Ravenna. É uma videira muito produtiva e resistente às pragas, que dá origem a um vinho de cor amarelo-palha, de teor de álcool moderado, não particularmente rico do ponto de vista aromático. O Trebbiano Romagnolo é adequado para a produção de vinhos fermo (não frisantes), mas também de vinhos base para espumantes e para destilados. Na Emilia Romagna, o Trebbiano Romagnolo é um componente importante de uma série de vinhos brancos DOC fermo e frisantes, tanto doce como seco.
Leve e versátil o Trebbiano é adequado para ocasiões informais com amigos: do piquenique com piadina e frios ao jantar com base em peixe ou vegetais. Servido a uma temperatura entre 8 e 10 graus é um vinho de aperitivo para se beber jovem, especialmente nas versões frisante e espumante. Mas os ingredientes que melhor combinam com o Trebbiano são certamente a franqueza das pessoas da Romagna e a alegria de uma boa companhia.
As zonas de cultivo das uvas destinadas à produção do vinho DOC Romagna Trebbiano são as seguintes:
• na Província de Bologna: área total dos municípios de Borgo Tossignano, Casal Fiumanese, Castel S. Pietro Terme, Dozza Imolese, Mordano e parte da área dos municípios de Ozzano dell'Emilia, Medicina, Fontanelice, Castel Guelfo, Casal Fiumanese, e Imola;
• Província de Forlì-Cesena: área total dos municípios de Bertinoro, Borghi, Castrocaro Terme e Terra del Sole, Cesena, Cesenatico, Civitella di Romagna, Forlì, Forlimpopoli, Gambettola, Gatteo, Longiano, Meldola, Modigliana, Montiano, Predappio, Roncofreddo, San Mauro Pascoli, Savignano sul Rubicone, e parte da área dos municípios de Gatteo, San Mauro Pascoli, Savignano sul Rubicone, Cesenatico;
• Província de Rimini: área total dos municípios de Coriano, Gemmano, Mondaino, Montecolombo, Montefiore Conca, Montegridolfo, Montescudo, Morciano di Romagna, Poggio Berni, San Clemente, San Giovanni in Marignano, Saludecio, Sant’Arcangelo di Romagna, Torriana e Verucchio, e parte da área dos municípios de Cattolica, Misano Adriatico, Riccione, Rimini;
• Província de Ravenna: área total dos municípios de Bagnara di Romagna, Castel Bolognese, Cotignola, Faenza, Riolo Terme, Ravenna, e Solarolo, e parte da área dos municípios de Bagnacavallo, Lugo, Massalombarda, Russi, S. Agata sul Santerno, Ravenna, Brisighella e Casola Valsenio.
Sumário de terminologias
GAM = Graduação Alcoólica Mínima
T.I.C = Temperatura ideal para o consumo
1- Um quintale (q.l ) quintal é uma unidade de medida de massa equivalente a 100 kg. Não é utilizada pelo sistema Internacional de Medidas, mas muito difusa na Itália e Europa, e ainda de uso comum, sobretudo como medida dos produtos agrículas.
2 - Vinoso - Cheiro do local de preparação do vinho
3 - Grená - Cor próxima ao bordô
4 - Maceração carbônica é a transformação do açúcar contido nas uvas inteiras – ou seja, não esmagadas – em álcool sem a ação de leveduras. Cachos inteiros de uvas são dispostos no tanque de fermentação, tomando-se o cuidado para que as frutas não estejam partidas, não estejam com sua pele rompida.
