DOC da Emilia-Romagna - OS DOC DA PROVÍNCIA DE PIACENZA

Quando se fala de Colli Piacentini, queremos dizer, em sentido estrito, os quatro vales - Val Tidone, Val D'Arda, Val Trebbia e Val Nure - que fazem um colar ao redor de Piacenza. São colinas muito ricas, tanto do ponto de vista ampelológico como de tradições com uma superfície de vinhedos de DOC de cerca de 3.700 hectares de território colinear entre 150 e 450 metros de altitude.

Entre os vários tipos de vinhos, os mais famosos são Gutturnio (que representa 40% da produção), Ortrugo (12% de produção) e Malvasia (14% da produção).

O Gutturnio, um dos vinhos típicos da Emilia-Romagna, é o símbolo do vinho da enologia de Piacenza, o xodó para os habitantes desta área e para os produtores que lhe dedicam cuidados, atenção e experimentação. Graças a este desejo de procurar novas formas para valorizar este vinho, o Gutturnio hoje não é somente um vinho espumante a ser bebido na safra. O regulamente que disciplina sua produção uma versão ferma (não frisante) e até uma reserva, que deve esperar mais de dois anos antes de ser colocado à venda e que sabe proporcionar grande satisfação ao ser bebido. O vinho Gutturnio nasce da mistura de duas uvas com características complementares: Barbera dá o corpo e o caráter, enquanto Bonarda (ou Croatina) oferece elegância e suavidade. Devido à diferença em seus tempos de maturação e às precauções necessárias para a vinificação, as duas uvas são vinificadas separadamente e depois se juntam em uma proporção que, dentro dos limites das regras de produção, representa o diferencial e o estilo de cada produtor.

O nome deste vinho atesta sua antiga origem. O gutturnium era o grande copo de prata em que os romanos colocavam o vinho durante as festas, passando-o para um convidado e outro. Mas cuidado para não beber demais! O cônsul Piacentino Pisone (sogro de Júlio César) foi culpado por Cícero por seu amor imoderado por este vinho!

No casamento entre Barbera e Bonarda, o Gutturnio traz em si o caráter desta terra nas divisas com o Piemonte e a Lombardia e de sua gente. Inicialmente reservado e tímido, aos hóspedes dignos de confiança, os Piacentini montam a mesa na melhor tradição emiliana, acompanhando os antepastos de salames de Piacenza e as massas tradicionais como o Pisarei e o faso às bolhas de Gutturnio. 
Gutturnio, desta vez fermo, banha os assados e cozidos, ensopados e carnes grelhadas. E uma vez que a mistura inventada por Pisone é para o povo de Piacenza "o vermelho para todas as ocasiões", há também aqueles que estão experimentando o appassimento, para provar o Gutturnio mesmo com sobremesas!

O Gutturnio é obtido a partir de uma mistura de uvas Barbera (de 55% a 70%) e Croatina, que é o nome local da Bonarda (de 30 a 45%). Vinho tradicionalmente frisante é produzido também na versão ferma, que se bebe geralmente jovem, mas também se presta ao envelhecimento (Gutturnio Riserva).

Ao lado do Gutturnio encontramos o branco Ortrugo, outro vinho típico de Emilia-Romagna.

O Ortrugo hoje é um companheiro informal e franco, que ama companhia e o convívio. Seu sabor seco, a discreta estrutura e o delicado perfume harmonizam-se bem com um lanche de salames piacentinos, mas também servem a acompanhar pratos com sabor que tendem a doçura como os tortelli de abóbora. Em ocasiões especiais, o Ortrugo mostra sua alma espumejante com a mesma desenvoltura com que, servido fresco, sabe exaltar o sabor do peixe e dos crustáceos graças a uma leve riqueza.,

Hoje, o Ortrugo encontra lugar legítimo ao lado do Gutturnio como porta bandeira da enologia de Piacenza, fato ratificado em 2010, quando este vinho se tornou, como o Gutturnio, titular de uma DOC específica. Finalmente, não se pode esquecer o Malvasia, do qual já falamos, durante anos o principal vinho branco da região, muito difundido também na vizinha província de Parma.

Na região de Piacenza encontramos, portanto, as DOC Colli Piacentini, o Gutturnio e o Ortrugo. Vamos analisar cada um dos seus vinhos.