AMARCORD (1973) de Federico Fellini
Com Bruno Zanin, Pupella Maggio, Alvaro Vitali
Fellini sempre preferiu reconstruir sua Rimini nos estúdios de Roma, com o Grande Hotel, a aparição do transatlântico Rex, as névoas de outono, um mar Adriático inventado. Quase que sua cidade natal perdeu uma conotação de realidade para assumir a dimensão ilusória da memória.
Fellini evoca o mítico Grande Hotel de Rimini, quase inacessível para os garotos, que representava a fábula da riqueza, do luxo, da opulência oriental.
Os pais de Fellini eram de Gambettola, cidade do interior da Romagna entre Cesena e Savignano, e desde pequeno Fellini ficava frequentemente com os avós no campo.
A Romagna é para Fellini, uma mistura heterogênea de aventura de mar e de Igreja Católica, uma terra com uma estranha psicologia arrogante e blasfêmia, que reúne superstição e desafio a Deus. Os romagnoli eram pessoas sem humor mas com o senso do irônico do cômico e o gosto pela provocação.