O filme de Montaldo se realiza entre as províncias de Ferrara e Ravenna, a começar da Argenta (a sudeste de Ferrara) duramente castigada pelos bombardeios aéreos de 1945, a zona rural em torno do Oásis dos vales de Argenta e Marmota, para chegar a foz do Reno - ao sul do Lido di Spina - e aos vales de Comacchio, que ocupam a parte mais ao sul da faixa lagunar que se estende de Monfalcone a Ravenna, correspondendo ao trecho de costa onde na antiguidade se encontrava a foz do Rio Po.
As grandes obras de aterro realizadas na área levaram a uma densa rede de canais que atravessam o campo, tornando a paisagem absolutamente única.
O filme é ambientado nas longas retas que acompanham o Po de Volano de Tresigallo a Lido di Volano, passando por Codigoro e a Abadia de Pomposa (um dos mais distintos monastérios beneditinos, do século VII), justamente sob o Grande Bosque da Mesola, um dos maiores da zona costeira na direita do Rio Pó, com abundância de azinheiras, carvalhos e pinheiros.
Sucessivamente nos leva a província de Ravenna, em S. Alberto (nos arredores do Oásis de proteção da Ponte Alberete), Alfonsine, Fusignano (na margem esquerda do Senio) e Bagnacavallo. No município de Alfonsine, cerca de 8 quilômetros do centro, se encontram duas casas de fazenda utilizadas no filme: “A casa do diabo” e precisamente, a casa de Agnes. A “Casa de Agnes” é uma típica casa de fazenda do fim dos anos 1800 intacta na estrutura principal (parede de tijolos e argamassa, sótão em junco e telha etc). No estábulo foram organizados alguns espaços dedicados a antigas ferramentas utilizadas para trabalhar a terra, os produtos e para a atividade doméstica.
A casa foi reestrututrada também no piso superior. Por fora existem dois poços, aquele menor, na parte anterior da casa, foi construído especialmente para o filme. O amplo pátio sombreado por uma castanheira é circundado pelo depósito, pelo velho pequeno estábulo com forno e pelo celeiro, e é exatamente este lugar que ocorreu a grande parte das filmagens, lugar que agora no verão é moldura para sugestivos espetáculos teatrais. “A casa do Diabo”, ao centro da Fazenda Agrícola Baioni, ao invés foi reestruturada de modo a evidenciar a parte original, deixada em pedra à vista e faz pensar em uma antiga torre de guarda ou de um moinho. A sua particular arquitetura e a tradição popular oral, rendem-lhe um lugar ideal para alimentar histórias e lendas sobre a presença do diabo e dos fantasmas.
A fazenda aderiu ao projeto Fazendas Didáticas da Emilia-Romagna e é gerenciada diretamente pela proprietária.