O 25 de abril de 1945 se processam os patrões e os dois se reúnem novamente. Fundado sobre a dialética dos contrários, é um filme sobre a luta de classe sob a ótica um melodrama político amparado entre Marx e Freud que atinge a Verdi, ao romance dos Oitocentos, ao modo hollywoodiano dos anos 50. O filme de Bertolucci foi produzido em 42 semanas, durante as quais atores famosos trabalharam ao lado de agricultores verdadeiros e boia frias contratados no Apenino Emiliano, em uma espécie de babel linguística que forçou infinitas modificações.
Bertolucci, nascido em Parma, filho do poeta Attilio Bertolucci, passou a infância na casa paterna nas colinas de Parma. A forte ligação com as origens emilianas reflete-se em tantas ocasiões no seu cinema, curiosamente dividido entre os grandes sucessos internacionais e os filmes ligados às paisagens da sua infância.
Bertolucci pela sua grande obra prima em duas partes escolhe a propriedade agrícola
“Le Piacentine” em
Roncole Verdi, distrito de
Busseto, onde nasceu Giuseppe Verdi, como cenário principal, utilizando ainda outras belezas de Busseto (O
Palazzo del Comune do século XV, a
Rocca de 1250 com as belas torres), os ricos campos de
Luzzara e
Suzzara com as longas fileiras de videiras que serpenteiam entre os outros olmos.
Luzzara nos arredores da margem direita do Po, de fundação romana, apresenta a praça central
Castello e o Palazzo della Macina do século XVI.
Suzzara, ao invés conserva uma interessante torre de ameias do século XII que fazia parte de um castelo já existente.
Bertolucci ultrapassa também na Lombardia, em Mantova, seguindo o curso do Rio Oglio- Borgoforte, santuário de “Le grazie”- e em Cremona - Lagonegro – para voltar depois sobre as colinas de Parma, em Salsomaggiore Terme.
O diretor não negligencia as colinas vizinhas recobertas de vegetações e ricas de castelos como
Tabiano, Bargone, Scipione, Vigoleno.